sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Reflexões entre amigos

Hoje na aula de história a professora passou prova de recuperação. Da minha galera só a Camila ficou de recuperação. Aí nós fomos pro fundo da sala, e ficamos conversando a aula inteira. E foi muito bom. Uma das poucas vezes que falamos de assuntos sérios. É óbvio que a conversa se iniciou com alguma putaria, mas logo o assunto foi ficando bem crítico:
Renan: Eu nunca vou casar. Não me imagino casado. Me imagino aos 40 anos de idade saindo pra ir pra balada com meus filhos.
Eu: Vai querer ter filhos e não vai casar?...
Renan: É!
Lívia: Um amigo meu já me disse que se um dia eu quiser um filho, ele faz um comigo e depois eu não preciso me preocupar. (obs: a Lívia é lésbica)
Renan: Não é assim Lívia. Um filho tem coração, sentimentos, é uma pessoa. Não um objeto que você faz e tá tudo bem.
Lívia: Ah eu sei mas, mas... (Lívia nunca consegue terminar o que fala quando sabe que está errada)
Eu: Ah, eu já acho que eu não vou querer ter filhos.
Renan: Você não quer ter filhos? Por quê???
Eu: Tenho medo. Esse mundo virado pelo avesso. As gerações cada dia mais liberal. Tenho medo do que um filho meu possa virar.
Renan: Isso é uma questão de princípios, gata.
Eu: Eu sei. Mas tudo é relativo. Hoje é assim, imaginei daqui há 15 anos?...
o é relativo; lá em casa por exemplo ninguém nunca me ensinou que ficar com mulher é correto, mesmo assim eu pratico isso, mesmo tendo sido criada por pais que são contra.
Renan: Aaah, é diferente. Isso é um preconceito. Acho que tudo deve ter seu limite. Eu, por exemplo, nunca beijei meu namorado em público (isso mesmo, o Renan é gay), você tem que saber seus limites, imagina se uma criança ver? Você é gay, mas não precisa gritar pro mundo inteiro isso. Você tem que ter senso de ridículo [...]


Aaah, a Pri e a Samara também estavam na conversa. É que elas falaram menos.
E a conversa prosseguiu, numa discussão de moral e ética e nem ao menos percebemos que estávamos falando disso. Achei tão bacana a conversa de hoje... É tão bom quando zuamos, brincamos mas sinceramente, falar sério com eles é melhor ainda. É nessas horas que eu percebo que meus amigos não são só um bando de adolescente descabeçados que só estão a fim de zoar. Eles têm uma opinião e moral.

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