sábado, 10 de outubro de 2009

Cadê o amor?

Ontem a Priscila e o Renan marcaram de ir pro shopping à noite e me chamaram. Pra isso tive que cabular o curso. Marcamos às 19hs e fiquei lá até às 19hs20 e nada... Pensei comigo: "vou pra ETE (Escola Técnica Estadual)enquanto há tempo", mas quando peguei o ônibus, caí na real; estava sem material nenhum e se chegasse lá assim a Dani (professora, da qual tenho aula 4 dias da semana, porém de diferentes matérias que sorte hein!)ia falar um monte e com razão. Não fui pra ETE. Desci no terminal (Pq. Dom Pedro) e de lá fui na Galeria Olido (na Av. São João) ver se tinha alguma coisa de bom. Tinha um cara ensinando a dançar alguma coisa. Pensei em ficar lá pra aprender, mas eu não tinha par.
Desci a São João, entrei na Rua Líbero e subi, comecei a ficar com um pouco de medo: sozinha no centro numa sexta-feira à noite. Mas pelo menos ali só tinha pessoas se divertindo em barzinhos. O medo de verdade chegou juntamente com a Rua José Bonifácio, muita fumaça, muitos moradores de rua, muitos bêbados, e eu sozinha com medo! Nessa mesma rua, vejo um homem bêbado, parecia estar "jogando capoeira", mas ele estava sozinho. Quando me aproximei, vi que os "golpes" iam para um carrinho de bebê, e... Tinha uma criança dentro, e ela mais tinha raiva do que medo pelo visto, não sei se chorava, mas gritava pelo pai que estava segurando o carrinho tranquilamente e conversando com outro cara, mal escutando a criança. Naquela hora eu não senti medo, senti raiva e vontade de chorar. Caralho, como um pai deixa aquilo acontecer? Se aquele cara acerta um chute no rosto do bebê? Ele não pensa? Ou melhor ele não se preoucpa com o filho? Caralho, por que uma pessoa assim coloca filho no mundo, porra? Olha, se tem algo que eu odeio que digam é que a culpa de todos os males é do sistema capitalista, tá certo que eu sou contra o capitalismo, mas não foi o capitalismo que fez aquele cara não dá a mínima pro seu filho pedindo socorro. Falta conscientização em primeiro lugar. Não é querendo ser convencida, mas eu com 16 anos não quero ter filho exatamente por que penso nas consequências. Num mundo como esses? Ter filhos? Nããão. Mas enquanto isso os outros colocam 5, 6... E do que adianta? Ver criança passando fome, pequenos seres que não tem culpa de nada. Criança precisa de amor, de carinho, de educação. Falta amor. Por que falta tanto amor nessa porra de mundo? Qualquer animal que ver alguém fazer alguma coisa com seu filhote vira uma fera e vai protegê-lo, e o homem? É um animal racional e não tem as mesmas atitudes? Por que? Eu não consigo enteder isso, eu até tento, mas não consigo. Enquanto as pessoas continuarem se matando, pregando ódio... O mundo vai continuar o mesmo ou vai piorar. As pessoas só se preocupam com si mesma, que inferno. Por que tanto egoísmo? Por que tanto descaso? Por que?... Aonde tanto egoísmo vai nos levar?... Eu não estou tentando ser pacifista, não é isso. Mas é que eu cansei de ver tanta violência... Guerra entre facções, guerra entre nações... Aliás, maldita hora que inventaram a divisão de territórios, agora fica essa putaria... O mundo dividido entre nações... Eu quando falo da fome, da dor, do descaso, não me refiro só ao Brasil, eu me refiro ao mundo, eu tô pouco me lixando se eu sou brasileira, eu não quero que somente o país melhores, mas sim que o mundo melhore! Que guerra é essa de "o meu é mais desenvolvido, mas o seu é sub..." Somos todos de um mundo só, todos os países precisam de mudanças, cada um em um determinado aspecto, mas todos precisam de melhoras. Eu não tenho uma nação, eu sou de todas as nações, eu sou do mundo inteiro ("os proletários não tem pátria" Karl Marx), até lembrei de um poema agora:
"O teu cristo é judeu,

Tua máquina é japonesa,

Tua pizza é italiana,

Tua democracia é grega,

Teu café é brasileiro,

Teus números são árabes,

Tuas feições são latinas (...)

e tu chama o teu vizinho de estrangeiro

(Carlo Giuliani)"

Eu sou brasileira, cubana, mexicana,chinesa, americana, e o que mais for característica minha. Não sou nenhum pouquinho patriota, aliás, odeio patriotismo. E isso me deu ideia pra outro post, então falaremos de patriotismo no próximo post!

Voltando... Depois que saí de lá indignada com a cena que me fez ficar horas refletindo, fui pra Pça João Mendes, peguei o buzão e fui pro Centro Cultural... Lá estavam passando menininhas classe média com roupas de marca e salto alto (odeio burgueses)... Caralho, como em dois lugares tão próximos podem existir realidades tão diferentes?... São Paulo é a cidade da desiguadade social. É repugnante ver uns se esbaldando de comidas caras e vinhos importados enquanto outros não tem nem o que comer. Odeio isso. Odeio.
Depois de ficar um pouco no CCSP eu subi pra Av. Paulista e de lá fui pra Brigadeiro pra pegar o ônibus (Pq. Dom Pedro), quando entrei tinha um senhora de seus 70 anos, reclamava de dor, disse que trabalhava como doméstica... pobre senhora, mais um instrumento do capitalismo, que é submetido a viver indignamente.
Eu não sei até quando isso vai durar, eu não sei onde vai parar... Mas as pessoas precisam acordar, se a sociedade não vai atrás dos seus direitos, quem vai ir atrás por ela? Esse conformismo ignorante precisa acabar, por que enquanto as pessoas se conformarem com essa vida e acharem que uma ajuda divina vão os salvar, as coisas continuarão assim, e não vai adiantar eu me revoltar por eles, cada um tem que se revoltar por si.
Apesar da maioria me achar louca, otária e boazinha, eu fico feliz por que eu sei que há pessoas que também pensam como eu nesse ponto de vista. Por mais que sejam poucas essas pessoas, ao menos elas existem.
Onde está o amor?????????

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