"Viver com autonomia é produzir a seiva da própria vida" (Roberto Shinyashiki)

Sabe aquele meu amigo que estuda na FEUSP? (caralho, falei dele no primeiro post... é melhor falar de novo)... Tem um movimento estudantil (não citarei nomes) do qual eu participo de algumas atividades... Até defendia mais antes e pensei até em entrar pro movimento, mas jamais farei isso.
E esse meu amigo da FEUSP me chamou pra um encontro com ele e com um menino de 14 anos que tá a fim de conhecer o movimento também.
Olha, eu não sei o que aconteceu comigo, mas eu deixei de ser aquela menininha que concordava com tudo que os seus "camaradas" falavam... Aquela que ouve eles fazerem um puta discurso defendendo da URSS por exemplo, e dá sorrisos, não por que gostou, mas por medo de ser chamada de "reacionária".
Agora tudo é diferente. Eu cheguei lá, e o menino começou a falar sobre Trótski. Disse que Trótski era extremista e louco, mas ele até gostava dele, agora de Stalin, não. Stalin jamais. Quando ele falou aquilo,eu me senti pronta. Concordei com ele e mostrei um texto que eu tinha pegado na net, que falava sobre a repressão sexual na Antiga URSS... Eu li e o amigo da FEUSP disse que devia ser mentira, que aquilo não aconteceu, etc (ele defende a ditadura stalinista), eu falei sobre os Gulags e ele disse que nunca tinha ouvido falar!!!!!! Como assim??????? Tudo pra deixar as putarias do Stalin por debaixo do pano.
Nos meus escritos, também dizia que os soviéticos entediam o homossexualismo como patologia, o cara discordou dizendo sabe o quê? Que nao era uma patologia, mas sim uma ideologia burguesa pra colocar na cabeça das pessoas e influenciar o individualismo, quando ele disse isso, eu tremi de raiva: "não, não é isso. o homossexualismo é algo involuntário, vem de dentro, eu sei disso por que eu sou bissexual e sei o que é!" . Quando eu falei isso, ele tentou se policiar mais no que dizia.
E não foi só nisso que bati de frente com aquele preconceituoso. Ele veio nos falar que na China comunista as crianças eram "militarizadas" e que quando um repórter perguntou a uma delas se ela não sentia falta de sua infância ao invés de ficar tendo aquela vida, daí a criança respondeu: "uma bomba atômica que pode ser atirada contra nós, não escolherá quem é criança e quem não é". Eu retruquei, dizendo que aquilo era um absurdo e que a criança só tinha dito aquilo por que alguém colocou aquilo na cabeça dela. Começamos a debater e tenho certeza que agora ele deve ter mudado seus pesamentos sobre mim. Deve ter me chamado de reacionária muitas vezes. Eu acho que serei meio que uma pedra no sapato deles, mas só por que eles insistem pra que eu vá nessas reuniões, pois eu não tenho vontade nenhuma de ir, apesar de que agora eu quero ir só pra debater mais um pouco. Eu estou me tornando autêntica. Não penso mais igual a todo mundo e ninguém me obrigará a isso. Eu não vou me submeter a nada, eu sou a favor da liberdade, eu quero liberdade, eu sonho com a liberdade, eu a busco, agora vai vir alguém me dizer que eu tenho que me submeter ao coletivo? Háháhá. As pessoas devem sim saber trabalhar com coletividade, devem ter a mesma condição econômica, mas não devem pensar igual, não devem fazer as mesmas coisas, deve haver liberdade. Deve haver um sistema que respeite o ser humano como indivíduo e não que negue o ser humano como indivíduo.

Quem abriu meus olhos foi meu professor de filosofia. Agradeço muito a ele. Agora meu sonho é a liberdade, por que só quando formos livres poderemos ser felizes. Não há felicidade sem liberdade. Odeio dogmas, odeio, não importa se eles são comunistas ou católicos. Odeio dogmas em geral. E isso vai incomodá-los.
Eu gosto de ser autêntica, independente do que pensem de mim. Eu gosto de expressar o que penso.
"Liberdade: essa palavra que o sonho humano alimenta. Não há quem a explique, não há quem não entenda" Cecília Meireles.